Avanços da ciência em prol da saúde mental

Entenda um pouco mais sobre a história desse tema aqui no Brasil e quais os atuais tratamentos que visam diminuir o sofrimento mental

Se durante décadas problemas como depressão, ansiedade e transtornos mentais eram vistos como sinônimo de “frescura” ou, pior ainda, de “loucura”, hoje em dia, esse tabu relacionado à saúde mental tem sido, pouco a pouco, rompido.

Os tratamentos atualmente usados abrangem desde o uso de medicamentos muito mais modernos quanto terapias inovadoras, a exemplo da estimulação magnética transcraniana, garantindo mais chances de sucesso no tratamento de diferentes problemas.

Isso demonstra o quanto a ciência avançou e continua avançando para garantir o bem-estar das pessoas. Só que, tão importante quanto esse avanço, é o entendimento de que o cuidado com a saúde mental é tão necessário como o cuidado com qualquer outra parte do corpo.

Uma história marcada por preconceitos

Antes de falar das diferentes técnicas e procedimentos que funcionam como aliados no trato de distúrbios e doenças psiquiátricas e psicológicas, é necessário lembrar que a temática da saúde mental só vem ganhando essa abordagem multidisciplinar e mais humana nos últimos anos.

A reforma psiquiátrica no Brasil, por exemplo, aconteceu em 2001, quando o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, sancionou a Lei n.º 10.216, marcando o fechamento de manicômios e hospícios que, no ano seguinte, seriam gradualmente substituídos pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs).

Até a promulgação dessa lei, o tratamento manicomial era algo permitido e, muitas vezes, usado indiscriminadamente tanto para pessoas em sofrimento mental quanto para aquelas que tinham condutas não aceitáveis socialmente — como era o caso de moradores de rua, prostitutas e até mesmo crianças abandonadas.

Nesses lugares, o descaso com a saúde e com a própria humanidade de cada paciente era algo absurdo. O uso de choque elétrico sem anestésico e de camisas de força eram apenas alguns exemplos clássicos das medidas tradicionalmente utilizadas por essas instituições.

Cuidados com a saúde mental: o que há de novo?

Após a reforma psiquiátrica, novas condutas foram adotadas em prol de um cuidado mais humano e eficaz para tratar indivíduos em situação de sofrimento mental, a começar pelo entendimento da necessidade de se integrar os aspectos sociais, físicos e econômicos do paciente durante o tratamento.

Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) conta com a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) para organizar o atendimento às pessoas com problemas mentais, sendo os Caps os seus pontos de atenção estratégicos; além de Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) e Unidades de Acolhimento (UA).

Vale lembrar que a escolha de qualquer tipo de tratamento deve ser feita apenas sob a supervisão de especialistas na área, como psiquiatras e psicólogos. Em todos os casos, a automedicação é totalmente desaconselhada, em especial quando se trata de problemas mentais.

Eletroconvulsoterapia

A eletroconvulsoterapia, originada dos tratamentos de choque, propõe a indução controlada de convulsões por correntes elétricas ligadas ao cérebro. Hoje em dia, esse procedimento é realizado sob efeito de anestésico e relaxante muscular, sendo considerado uma das opções mais eficazes em casos de depressão grave.

Estimulação magnética transcraniana

Já a estimulação magnética transcraniana (EMT) é feita por meio da aplicação de campos magnéticos de intensidade baixa e não exige qualquer tipo de sedação, já que é indolor. É recomendada para pacientes com depressão que não respondem ao tratamento farmacológico e com esquizofrenia quando há alucinações auditivas.

Psicoterapia

A psicoterapia é um tratamento baseado no diálogo entre paciente e psicólogo, com objetivo de buscar a origem do sofrimento mental. Terapia comportamental, cognitiva e psicanálise são alguns tipos de psicoterapia. Sua indicação abrange tanto quem tem doenças mentais como quem está sofrendo algum tipo de luto ou mudança.

Medicamentos 

O uso de medicamentos também entra no leque de tratamentos utilizados para diversos graus e tipos de distúrbios, como depressão, compulsão alimentar, transtorno bipolar, obsessivo-compulsivo (TOC) e ansiedade generalizada (TAG).

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